Trabalho apresentado na IV Feira Municipal e V Feira Regional de Matemática - Florianópolis - 2018; e na XXXIV Feira Catarinense de Matemática - Massaranduba - 2018.
A Matemática encontra-se presente em
vivências diárias e perpassa por todos os níveis da educação escolar de um
sujeito. Sua importância para outras áreas do conhecimento também é comprovada.
A interação, contextualização, interligação entre esses conhecimentos é uma
forma de estimular o desenvolvimento individual e coletivo do sujeito aprendente.
Neste sentido, percebe-se a necessidade de ampliação e consolidação nas
discussões sobre as potencialidades e desafios em que o Ensino de Matemática encontra.
No amplo campo que há nesta área do conhecimento, o ensino através de projetos
vem apresentando pesquisas para melhor compreensão de como enriquecer o ensino da
Matemática nos mais diversos níveis de aprendizado.
Para iniciar o ensino por projetos nas
aulas de Matemática, no 2º bimestre de 2018, os 27 alunos da turma 72 – 7º ano
do ensino fundamental – da Escola Básica Municipal José Amaro Cordeiro
sugeriram o tema Pizza, para que explorássemos os conteúdos matemáticos
presente na mesma.
A pizza é o 4º alimento mais adorado do
mundo. Sua história iniciou-se a cerca de 6 mil anos com os egípcios, que foram
os primeiros a misturar farinha com água. Ao chegar na Itália, a novidade logo
se espalhou pelo mundo (século XVI). No Brasil, até os anos 50, as pizzarias
eram uma exclusividade das colônias italianas. Hoje, é um dos pratos mais
saborosos da nossa culinária.
O objetivo deste trabalho foi conhecer
mais sobre a pizza, sua história, curiosidades, e verificar a Matemática presente
em cada detalhe estudado, aplicando os conteúdos que foram abordados no 2º
bimestre de 2018 no 7º ano do ensino fundamental e outros que surgiram no
decorrer do projeto.
METODOLOGIA
Inicialmente a turma foi dividida em grupos de, no
máximo, quatro alunos. Na primeira aula realizou-se uma pesquisa na sala
informatizada sobre a história da pizza, e organizou-se uma linha do tempo. Um
estudo sobre a circunferência foi realizado com ênfase na sua divisão em partes
iguais (fatias da pizza). Para isso, verificou-se os divisores de 360º e com o
uso de régua, compasso e transferidor, realizou-se a divisão da circunferência
em partes iguais.
Após
explorar-se a divisão da circunferência em sala de aula, os alunos foram
novamente à sala informatizada da escola e utilizaram o software Geogebra. Nesta etapa, a turma dividiu-se em duplas em
virtude do espaço físico e da quantidade de computadores disponíveis. Os alunos
exploraram alguns dos botões da barra superior do programa, utilizando diversas
ferramentas. Só após a exploração dos botões do software é que realizou-se a
divisão da circunferência em partes iguais.
Para
isso, os alunos realizaram os seguintes passos:
1º)
Construir uma circunferência, utilizando o botão que desenha a mesma com centro
em um ponto qualquer O e um ponto A pertencente a circunferência;
2º)
Traçar uma reta passando pelo centro O e pelo ponto A;
3º)
Traçar uma reta perpendicular à reta AO pelo ponto O;
4º)
Traçar as bissetrizes dos ângulos formados pelas retas perpendiculares.
Pode-se
traçar diversas bissetrizes a partir das retas traçadas nas circunferências com
centro em O.
Resolveu-se também algumas situações problemas. Uma
delas envolveu o cálculo da área e comprimento da maior pizza redonda do mundo,
segundo o livro dos recordes Guinness
Book. A pizza, feita na Itália em 2012, mediu 40m de diâmetro, logo possui
20m de raio. Sendo assim, utilizando as fórmulas do comprimento e da área da
circunferência e aproximando o valor de π para 3,14, temos:
C = 2.π.r A
= π.r2
C = 2 . 3,14 . 20 A
= 3,14 . 202
C = 125,6m A
= 1256m2
Um estudo das embalagens da pizza permitiu identificar
as características de prismas de base quadrada e octogonal, cálculo da área e
do volume dos mesmos e uma verificação do número de diagonais e a soma dos
ângulos internos dos polígonos da base das embalagens.
Uma análise estatística foi realizada com os valores
das pizzas de tamanho P, M e G das pizzarias da região sul de Florianópolis.
Para isso, construiu-se uma tabela com os valores e calculou-se a média de
preço de cada tamanho de pizza. Também se organizou os valores em ordem
crescente e localizou-se a mediana. A moda também foi identificada.
Por fim, realizou-se uma pesquisa na sala para saber
qual o sabor favorito de pizza de cada aluno. Com o resultado da pesquisa,
construiu-se, em cartolina e no software
Excel, uma tabela, um gráfico de barras e um gráfico de setores – também
conhecido como gráfico de pizza – para representar a porcentagem de alunos para
cada sabor. Utilizou-se a regra de três para calcular essa porcentagem. No caso
do sabor calabresa, por exemplo, temos:
23 alunos _____ 100%
5 aluno
_____ x
Realizando as multiplicações, 23x = 500. Portanto x =
500/23 Þ x @ 22%.
Para obtermos o ângulo do arco correspondente a cada
sabor, aplicou-se novamente a regra de três.
Um
dos desafios da educação escolar tem sido envolver os alunos nas aulas. Neste
sentido, a metodologia de ensino por projetos configura-se como possibilidade
que permite que as interações entre professor e aluno sejam mais dinâmicas. O
uso dessa metodologia no 2º bimestre com a turma 72 possibilitou também uma
maior colaboração entre os alunos e uma maior interação entre os alunos e a
professora, que passou a ser mediadora do conhecimento e orientadora do
projeto.
CONCLUSÃO
A partir dessa proposta foi possível traçar um melhor
diagnóstico dos alunos, a partir do momento que houve um envolvimento efetivo
por parte dos mesmos. A proposta resultou não só em um maior envolvimento dos
alunos na aula, mas também se refletiu em resultados positivos nas avaliações
realizadas.
A partir dessa proposta também foi possível
traçar um melhor diagnóstico dos alunos, pois este tipo de atividade permite
observar quais sujeitos possuem dificuldades, para que possam ser bem
assistidos em seu desenvolvimento e apropriação de conhecimentos. Desse modo, a
avaliação foi processual, levando em consideração as dificuldades de cada
aluno, assim como as relações que foram capazes de estabelecer entre as
atividades executadas e os conceitos matemáticos, juntamente com a conquista da
autonomia e do desenvolvimento do trabalho colaborativo.
REFERÊNCIAS
BIDARRA,
José. Aprendizagem multimedia
interactiva, Capítulo 11, Ensino online e
aprendizagem multimédia. MIRANDA, G. L. (org.). Lisboa: José d’água, 2009.
FERREIRA,
Esmênia Furtado Parreira. Integração das
Tecnologias ao Ensino da Matemática: percepções iniciais. XIX Encontro Brasileiro de Estudantes de Pós-Graduação
em Educação Matemática. 2015. Disponível em:
<http://www.ufjf.br/ebrapem2015/files/ 2015/10/gd6_esmenia_ferreira. pdf>
Acesso em: 3 set. 2018.
HUECK,
Karin. Qual sabor de pizza mais pedido
do Brasil? Revista Superinteressante, 5 jul. 2018. Disponível em:
<http://super.abril.com.br/saude/grafico-de-pizza-qual-o-sabor-de-pizza-mais-pedido-do-brasil/>.
Acesso em: 12 jul. 2018.
NACARATO, Adair Mendes. Eu
trabalho primeiro no concreto. Revista de Educação Matemática, São Paulo,
v. 9, n. 9-10, p. 1-6. 2005. Disponível em: <
https://edisciplinas.usp.br/mod/resource/view.php?id=2316412> Acesso em: 3
set. 2018.
PAIS,
Luiz Carlos. Ensinar e Aprender
Matemática. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.
Trabalho desenvolvido com a
turma 72 (7º ano), da Escola Básica Municipal José Amaro Cordeiro.
Expositores: Ana Beatriz
Borges e Yuri de Lima
Vieira.
Orientadora: Emiliana
Aparecida Corrêa.